13.1.12

Posso estar a ter o dia mais ocupado de sempre, cheio de coisas para fazer, problemas para resolver. Ou até posso estar a ter o dia mais monótono, onde apenas fico em casa e deixo a minha cabeça funcionar a mil à hora, a pensar em tanta coisa que às vezes parece que estou a andar numa montanha russa. Mas seja que tipo de dia for, há sempre um momento (às vezes mais do que um) em que paro para te recordar, para pensar em ti. Em como me pegavas ao colo e me balouçavas; em como me protegias; em como, sempre que me ia embora de tua casa, me davas 10 contos e dizias "Toma lá para comprares um rajá"; ou em como foi pela tua mão que entrei no Estádio da Luz e, pela primeira vez, vi o Benfica a ser campeão, e pela primeira vez senti o que é amar incondicionalmente algo. Em como me fazias sentir como uma princesa, a tua princesinha. Paro para pensar em ti nesses momentos, e embora me sinta triste porque já não me lembro do teu cheiro, ou do som da tua voz, depois lembro-me da forma como sorrias, da forma tão peculiar como batias palmas ou até, a forma como impunhas um respeito tão profundo em todos nós que nem precisavas de nos dizer nada, para andarmos sempre todos na "linha". Sinto tantas saudades tuas, e há tantos momentos que eu adorava poder partilhar contigo, tantos momentos que sei que iríamos de certeza viver os dois juntos, e seríamos felizes. Gostava de, desta vez, ser eu a poder levar-te pela mão até ao novo estádio e poder mostrar-te aquilo que é hoje a parte mais importante da minha vida, os amigos que lá fiz, contar-te os bons momentos que já lá passei, e o quão feliz sou por fazer parte de tudo aquilo. E sei que ficarias orgulhoso de mim, afinal, foste tu o grande responsável por eu hoje ser assim, foste tu que me transmitiste a mística e que me deste a única coisa que sempre fará sentido na minha vida. E gostava de voltar a ir contigo para a praia, ajudar-te a escolher conquilha e a assustar-me e fugir a sete pés cada vez que um daqueles caranguejos brancos vêm lá misturados. Sinto mesmo muito a tua falta, avô, embora saiba que estás ao meu lado a cada passo do caminho, embora te sinta aqui sempre. Sei que me proteges, que me dás sinais quando peço e preciso deles, e que me ajudas sempre a escolher o melhor caminho. És o meu anjo da guarda, mas eu preferia viver sem um anjo da guarda, e ter-te aqui ao meu lado.

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  1. oh d.joana não é para fazer chorar os leitores ;)um bom texto e uma boa forma de lembrares alguém de quem gostas tanto.


    Em relação ao comentário, estás à vontade, a verdade é que me veio parar uma coisa valiosa para as mãos de uma pessoa que me fez a vida negra e que pôs em causa certas coisas que não admito... assim sendo soube-me bem, não só a mim como a outras colegas a quem ela fez o mesmo. Foi estúpido sim, mas uma oportunidade daquelas não é de desperdiçar

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@ joanaalexandre